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Exportações crescem mais que importações

Em fevereiro, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,19 bilhão, com exportações de US$ 16,733 bilhões e importações de US$ 15,53 bi

Com a contínua alta dos preços das matérias-primas no mercado internacional e o arrefecimento do ritmo de crescimento da economia brasileira, a velocidade de crescimento das exportações voltou a superar a das importações em fevereiro. O movimento, observado desde dezembro do ano passado, inverteu a dinâmica que vinha se acentuando desde a crise, gerando quedas no superávit comercial do País.

No mês passado, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,199 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em fevereiro, as exportações somaram US$ 16,733 bilhões enquanto as importações chegaram a US$ 15,534 bilhões. Na comparação com o mesmo mês de 2010, os embarques cresceram 23,5% e as compras do exterior aumentaram 18,4%.

"Temos observado que desde dezembro do ano passado o crescimento das exportações tem sido maior que o das importações. A situação vem se sustentando nos últimos três meses, mas é difícil dizer como isso vai proceder no futuro", avaliou o secretário executivo adjunto do MDIC, Ricardo Schaefer.

Preocupação. No entanto, o aumento da participação dos produtos básicos na pauta de exportações em função dos aumentos de preços tem preocupado o governo.

O porcentual de industrializados (semi e manufaturados) no total das vendas caiu de 59,7% no primeiro bimestre do ano passado para 53,8% este ano, enquanto os embarques de matérias primas cresceram de 37,6% para 44%.

"Obviamente, a nossa meta e o nosso desejo é que a gente continue o processo de diversificação da pauta. Agora não dá para dizer que é ruim e que a gente tenha um desempenho superior nas vendas de básicos. Estaríamos muito mais preocupados se os industrializados não tivessem aumentando vendas", disse Schaefer.

Um dos maiores responsáveis pelo superávit na balança brasileira é o minério de ferro, cujas vendas em valor se expandiram 111,2% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2010.

O forte desempenho, entretanto, está diretamente relacionado ao aumento de 136,2% no preço da commodity, enquanto a quantidade real embarcada na verdade caiu 10,6%.

Crise árabe. Segundo a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, o desempenho das exportações alcançou recorde tanto para meses de fevereiro quanto para o primeiro bimestre do ano. A crise política em países do Oriente Médio e do Norte da África, acrescentou, ainda não afetou os embarques brasileiros.

Tanto que as vendas em fevereiro aumentaram para Egito, Líbia e Tunísia - nações que enfrentaram fortes protestos nos últimos meses -, na comparação com o mesmo mês de 2010. "Temos a expectativa de que isso se resolva no curto prazo sem prejuízo das exportações brasileiras", completou Tatiana.

Mesmo crescendo de forma mais moderada que as exportações, as importações também foram recordes no período. Segundo Schaefer, porém, a redução do ritmo de crescimento da economia brasileira em 2011 e, por consequência, do consumo das famílias, deve impactar a dinâmica das importações. "Por outro lado, o ritmo de investimento deve continuar elevado, impulsionando as importações de bens de capital", concluiu.