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voltarVenda desacelera e expansão em 2011 deve ser moderada
A sondagem mostra que diminuiu consideravelmente o otimismo das empresas, em comparação aos resultado da pesquisa em julho.
A indústria brasileira de embalagens deverá registrar expansão de 2,2% neste ano, após alcançar, em 2010, a maior taxa de crescimento desde 1989. De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no ano passado, a produção física do setor cresceu 10,13%, com destaque para o forte desempenho no primeiro semestre. Na segunda metade do ano, contudo, já indicava tendência de arrefecimento e, agora, deve encerrar 2011 com alta moderada, acompanhando o esperado ajuste para a economia brasileira.
Ainda assim, alerta o coordenador do Ibre, Salomão Quadros, a indústria deve manter ou acelerar investimentos em capacidade produtiva, sob risco de os importados continuarem abocanhando fatia crescente das vendas no país. No ano passado, as importações do setor superaram US$ 794 milhões, com avanço de 70% na comparação com 2009, segundo o levantamento apresentado ontem pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre).
As importações de embalagens metálicas foram o destaque de 2010, com alta de 234,88%. Em faturamento, somaram US$ 231,2 milhões. Na área de plásticos, a evolução foi de 29,7%, com total importado de US$ 375,4 milhões. Em vidros, a alta superou 110% e em papéis, ultrapassou 44%. "Alguns segmentos estavam saturados e tiveram de ampliar o volume de importações por falta de capacidade, caso da área de embalagens de alumínio", afirma Quadros. "Mas já temos notícias de que empresas do setor estão investindo."
Em janeiro, conforme o estudo, a taxa de ocupação nas fábricas brasileiras de embalagens estava em 88%, índice considerado elevado mesmo diante de um cenário de expansão de 2,2% da produção. Conforme o coordenador do Ibre, passado o ajuste na economia brasileira - o que deve ocorrer neste ano em razão da forte recuperação verificada em 2010 -, o mercado de embalagens tem condições de crescer a taxas de 4% a 5% ao ano. Para acompanhar esse novo ciclo de crescimento sustentado, será necessário ampliar o parque fabril nacional. "O nível de produção já é elevado. De maneira geral, a indústria precisa investir."
No ano passado, o faturamento das empresas do setor, de acordo com o estudo, foi de R$ 44 bilhões, ante R$ 41,1 bilhões em 2009. A produção física de embalagens de madeira foi a que mais cresceu no universo de empresas contemplado pela Abre, com taxa de 24,36%, à frente dos itens de metal, que avançaram 16,26%. A área de papel, papelão ondulado e papel cartão, que tem maior peso para o setor (33,2%), mostrou expansão de 7,25%. Embalagens de plástico, que têm o segundo maior peso (29,7%), registraram alta de 7%.
As exportações da indústria também cresceram, porém em ritmo inferior aos das importações. Em 2010, os embarques totalizaram US$ 410,1 milhões, ante US$ 351,4 milhões um ano antes.
Dentre os principais clientes das empresas de embalagens, o segmento de bebidas mostrou o maior avanço em relação a 2009, de 11,15%, seguido de vestuário e acessórios (7,17%). O único segmento comprador de embalagens que teve performance negativa no ano foi o de fumo, com redução de 8,03% nas encomendas.
O levantamento inclui ainda uma sondagem com 107 empresas, que juntas faturam R$ 15 bilhões e empregam 49 mil trabalhadores, em relação demanda por embalagens neste início do ano. A sondagem mostra que diminuiu consideravelmente o otimismo das empresas, em comparação aos resultado da pesquisa em julho.