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voltarEmpresas do Brasil investem no exterior mais do que recebem
Em 2009, por exemplo, o investimento brasileiro em empresas no exterior ficou negativo em US$ 10 bilhões
A expansão das empresas brasileiras no exterior superou os investimentos feitos por companhias estrangeiras no Brasil no começo deste ano. Segundo dados do Banco Central coletados até ontem, as companhias nacionais já investiram US$ 4,3 bilhões para ampliar suas atividades fora do país. Nesse mesmo período, os recursos de estrangeiros direcionados ao setor produtivo brasileiro somaram US$ 3 bilhões.
É a primeira vez, desde maio de 2008, que esse comportamento é registrado pelas estatísticas oficiais. Durante o período mais agudo da crise, iniciado no final daquele ano, as empresas brasileiras frearam sua expansão no exterior.
Em 2009, por exemplo, o investimento brasileiro em empresas no exterior ficou negativo em US$ 10 bilhões. Isso significa que o volume de recursos que voltaram para o país superou os novos investimentos feitos pelas companhias de capital nacional. Foi a maior retração no processo de internacionalização de empresas brasileiras desde 1968, quando o BC começou a coletar os dados.
No ano passado, as filiais de empresas brasileiras receberam apenas um terço dos recursos enviados um ano antes. Além disso, essas subsidiárias aumentaram as remessas para as matrizes em quase 400%.
O BC espera para 2010 uma retomada do processo de internacionalização das empresas brasileiras. A projeção inicial era de expansão de US$ 5 bilhões, número que pode ser revisto nos próximos meses.
Menos remessas
A queda nas remessas de lucros e dividendos para fora do país neste início de ano reduziu o deficit do Brasil nas suas transações com o exterior, que ficou em US$ 3,8 bilhões em janeiro.
Segundo dados do Banco Central, o resultado está 35% abaixo do registrado em dezembro. Para este mês, a previsão é que caia pela metade.
O BC esperava aceleração dos gastos com serviços e das remessas de lucros nos primeiros meses do ano, devido à aceleração da economia brasileira, em relação ao final do ano passado, mas isso ainda não aconteceu.
As despesas que mais impactaram as contas foram os gastos com o aluguel de equipamentos e as viagens para o exterior. Este último item registrou em janeiro o terceiro maior resultado da história, com US$ 1,2 bilhão (mais 63% ante janeiro de 2009).